quarta-feira, 5 de maio de 2010

Em cima do salto e de frente para o pênis

A analogia é inevitável. Trata-se de duas fontes de poder aparentes. Atire o primeiro Loubotin quem nunca se rendeu, mesmo que psicologicamente, a um belo par de salto alto ou a um pênis bem dotado. A despeito das óbvias diferenças funcionais que eles possuem, são vários os pontos em comuns entre esses dois objetos de desejo. De um lado, o salto alto representa uma espécie de ereção feminina, o pau duro das mulheres, no qual ela se auto-afirma. O tamanho da altura de seu pisante tem valor parelho aos centímetros do pênis para o sexo masculino. Quanto maior, mais sublime.



Mas nada de ilusões. Um bom salto, também pode ser um ótimo truque. Mulheres que experimentam pedir um aumento para o chefe ou terminar um namoro usando um salto alto, comumente saem por cima, e com o retorno positivo. Uns centímetros a mais nos pés e como num passe de mágica, o poder impera sob você. Ou você acredita no poder de uma travesti na esquina usando uma havaianas? Os saltos podem até incomodar, lesionar a coluna e problemas nessa ordem, mas que dão outra moral, isso é fato inexorável. É o viagra feminino, jamais deixa as damas na mão. Elas, com o salto, tentam escondem inseguranças, medos, anseios. Eles, com seus dotes em riste, facilitado pelo “azulzinho”, passam a ideia de viris e másculos.






Já reparou que as atrizes pornôs nunca, eu disse nunca, tiram o salto enquanto transam? Ela pode ter milhões de celulites, estrias e marcas de vacina. Mas mesmo em cima da cama tubular, ou da cadeira de plástico branca do sítio, enquanto estiverem de salto ninguém ousa em desmitificá-las. Com os atores o mesmo. As costas podem estar cravejadas de brotoejas e o português em falta, mas que importância tem isso perto de um pau grande e ereto?


E as semelhanças não param por aí. Estamos falando de duas coisas com as quais mulheres (de verdade) não vivem sem. Tá, ok. De vez em quando até vale a pena se render a uma “rasteirinha”. Te leva a qualquer lugar, mas, convenhamos, sem glamour algum. O pênis, por sua vez, encanta pelo seu tamanho. Pode ser que não funcione, mas é um fetiche. Sabemos que o volume ilude, nunca se sabe ao certo o que tem ali por dentro da cueca. Testículos enganam. É uma meia-pata, um salto do tipo Anabela. Confesse, um pinto grande cria uma atmosfera de fetiche, assim como um salto alto. E estou falando de algo muito mais ligado ao fator psicológico do que para o prazer físico. Salto alto incomoda. Pau grande também.






No capítulo auto-afirmação e segurança a regra também se aplica: o tamanho do salto é tão importante pra mulher como o do pau para o homem. Na balada, eles até negam, mas olham sim para o pinto do semelhante de gênero de mictório. No toalete feminino, o mulherio também observa os modelos nos pés das outras acima de qualquer outra coisa. Tamanha preocupação é esteira para uma expectativa. Ninguém espera pouca coisa de uma mulher sobre seu scarpin salto 15. Uma eventualidade dessas pode significar até homicídio. Um boy com um membro que ultrapasse os 22 centímetros também é alvo de grandes pretensões. Uma coisa “dar duas” sem nem tirar de dentro. Nessa história toda, o que vale a pena zelar é pela estética. Afinal de contas, nem todo salto alto é bonito, e nem todo pintão é para se admirar.

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